Too much of anything is too much

April tomou seu café da manhã as pressas. O relógio marcava dez minutos mais cedo do que o combinado, mas naquele momento qualquer minuto valia ouro. Seu coração pulsava e ela pensava  que talvez não fosse aguentar. Era importante manter a boa forma física e principalmente espiritual para olha-lo nos olhos mais uma vez. Vestia uma blusa branca com uma frase um tanto importante ao seus olhos. Era uma camisa que fora feita com carinho. Estampando um pedaço de sua música preferida. "Too much of anything is too much", descrevia seu relacionamento desde então. Se ele ia gostar, ela não sabia. Mas esperava que sim. Usando uma calça jeans escura, seu sapato de salto agulha preto, faziam uma combinação perfeita. Ela estava mais do que pronta. Um último retoque na maquiagem e pronto. O trânsito da cidade estava de acordo com seus planos. Calmo, por ser um domingo, April dirigia seu carro e pensava no sorriso que tinha feito seu mundo girar. Desde sempre, ele era o único que a mantinha assim, impaciente e ao mesmo tempo, emocionada. Muitas semanas haviam passado desde a última vez em que se viram olho a olho. Mas perdiam horas no telefone contando sobre as coisas que fizeram durante o dia e trocando frases apaixonadas, e de saudade. Ele estava de volta para deixá-la mais calma e ajudá-la a tocar sua vida agitada, sem perder o controle. E acima de tudo, para amá-la como sempre fez. Enxugou suas mãos molhadas na calça e se pôs pra fora do carro apressada. Era a hora. Rolou os olhos na área combinada e na hora marcada e avistou o homem com que fez dois anos serem os melhores. Ele arrastava uma mala azul marinho e segurava entre uma das mãos uma blusa de frio e nos lábios um enorme sorriso. Aqueles olhos cor de mel eram indescritíveis. April secou algumas lágrimas e correu de encontro a seus braços. Era o começo de uma nova etapa, de mais um ano juntos. E no resto daquele dia, deitaram em sua cama e desfrutaram de um momento que poderia durar pra sempre. Se dependiam deles pra isso, tenho certeza de que conseguiram. Eles sabiam se amar como ninguém sabia. E acima de tudo, eram donos de um mundo onde eles mesmos criaram.